Pedro Páramo
Em 2017 celebrou-se em todo o mundo o centenário do nascimento de Juan Rulfo.
«Álvaro Mutis subiu, a passos largos, os sete pisos da minha casa com um pacote de livros, separou do monte o mais pequeno e curto e disse-me, morto de riso:
— Leia isto, carago, para que aprenda!
Era Pedro Páramo.
Nessa noite não consegui adormecer enquanto não terminei a segunda leitura. Nunca, desde a noite tremenda em que li A Metamorfose, de Kafka, numa lúgubre pensão para estudantes em Bogotá — quase dez anos antes —, eu sofrera semelhante comoção (…).
Não são muito mais de 300 páginas, mas são quase tantas, e creio que tão perduráveis, como aquelas que conhecemos de Sófocles.»
Do texto introdutório de Gabriel García Márquez, Prémio Nobel de Literatura
A obra de Juan Rulfo influenciou de forma decisiva autores distinguidos com o Prémio Nobel de Literatura, como Gabriel García Márquez e Octávio Paz.
Juan Rulfo (1918-1986), escritor mexicano, é sem dúvida um dos maiores nomes da literatura mundial. Com apenas uma novela e um livro de contos publicados, "Pedro Páramo" e "El Llano em Llamas" (A Planície em Chamas), foi um dos escritores que mais contribuíram para a renovação da literatura hispano-americana, merecendo o elogio e a admiração de escritores como Jorge Luís Borges, que lhe dedicou um capítulo na sua famosa "Biblioteca Pessoal", ou Júlio Cortázar, entre outros.
A aldeia fantasma onde Juan Rulfo situou o seu célebre romance Pedro Páramo existe. "Vim a Comala porque me disseram que aqui vivia o meu pai, um tal de Pedro Páramo". É um município rodeado de bosques no pequeno Estado de Colima, a uns 160 quilómetros a sul de Guadalajara.